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Quarta, 01 Julho 2015 11:10

Afogados em soja

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Afogados em soja

 

Se tudo correr bem com o clima e as perspectivas de plantio se confirmarem nos Estados Unidos e na América do Sul, "o mundo vai se afogar em soja no próximo ano"
O problema é que essa superoferta de produto em 2015/16 ocorrerá após uma produção recorde nesta safra que se encerra. O resultado é que deve terminar a maré de bons preços ocorrida nos anos recentes, segundo Fernando Muraro, da AgRural.

Oferta e demanda, no entanto, não são tudo na formação atual de preços. Eles dependem, e muito, da participação dos fundos de investimentos no mercado futuro.

Fernando Muraro apresentou cenários de comercialização e de produção para a próxima safra, na quinta-feira (25), no congresso de soja da Embrapa, realizado em Florianópolis (SC).

Apesar dessa avalanche de soja no mercado, ela ainda é a preferida dos produtores, devido à relação de ganho que tem ante o milho.
Essa relação está fora de lugar e, ao favorecer a soja, vem permitindo um avanço ainda maior na área e na produção da oleaginosa.
Nos últimos 15 anos, a área mundial de soja subiu 60%, para 121 milhões de hectares. Foram 8 milhões de hectares em apenas dois anos. Já a de milho cresceu apenas 30%.

Esse crescimento da soja ocorre principalmente na América do Sul, onde a evolução foi de 120% no período.
O mundo já não consegue absorver toda a soja produzida. De cada 100 toneladas consumidas, outras 30 vão para estoques. E esse é o maior patamar da história, afirma Muraro.

Financeirização
Apesar desse grande volume de soja, o que deveria derrubar os preços, é difícil prever os valores de negociações pela frente, graças à financeirização do setor.

Não se sabe a hora em que esse dinheiro dos fundos, que circula pelo mundo todo, vai entrar nos mercados futuros de commodities.
Em alguns períodos, mesmo com estoque elevado, o preço sobe. Em outros, apesar da pouca oferta, cai. "Isso torna a formação dos preços completamente maluca", afirma Muraro.

A produção de soja é grande, mas os preços podem passar por um estresse de alta nos próximos meses. O plantio da safra 2015/16 começou bem no EUA, mas, devido à umidade do solo, restam 10% para serem semeados. Em alguns Estados, apenas metade da área já foi plantada.
Além disso, as primeiras especulações de quebra de área vão fazer os fundos entrar no mercado, pressionando os preços para cima.
E eles são atuantes. Em outubro, chegaram a negociar o correspondente a três safras de soja em apenas um mês.

Com isso, os preços devem circular de US$ 8 a US$ 9 por bushel (27,2 quilos) no ano que vem, um valor bem inferior aos US$ 15 de há um ano para o primeiro contrato.

Nas próximas semanas, no entanto, deve haver um período de alta, com o bushel superando os atuais US$ 10. Essa alta ocorre devido a eventuais notícias de problemas nos EUA e de ação mais agressiva dos fundos.

Cassino
Diante desse cenário, "não dá para vender a safra de uma só vez, devido a esse cassino que virou o mercado. A safra de 2016 começa em 2015", afirma Muraro.

Não dá para o produtor ficar pescando, com celular desligado e sem uma atenção especial ao que ocorre no mercado, acrescenta.
Já no Brasil, pela primeira vez o medo de perder supera o de ganhar, diz Muraro. Isso mostra quanta incerteza o produtor tem pela frente. Além dos custos normais à atividade, como os insumos, ele vem sendo sufocado por outras despesas, como mão de obra e combustível.

Outro fator de preocupação é o comportamento dos juros nos Estados Unidos. A elevação da taxa, que pode ocorrer no final deste ano ou início do próximo, vai derrubar ainda mais os preços das commodities.
A renda com soja começa a apontar para o vermelho, principalmente para os arrendatários. As contas podem não fechar no ano que vem.
Portal do Agronegócio

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