Previsão do Tempo
SOJA COMERCIAL13/05165SC
TRIGO13/0588,00SC
MILHO COMERCIAL13/0598.00SC

Preços de Nova Aurora
Quarta, 11 Março 2015 11:46

“Temos de produzir mais usando menos agroquímicos”, diz presidente da Syngenta

Avalie este item
(0 votos)
“Temos de produzir mais usando menos agroquímicos”, diz presidente da Syngenta

 

“Devemos produzir mais intensamente numa área sem, necessariamente, aumentar o volume de agroquímicos usado nela. Temos de extrair da terra mais valor e mais produção, usando menos agroquímicos. É possível fazer isso”. A afirmação é de ninguém menos que Michael Mack, presidente da Syngenta – maior vendedora mundial de produtos químicos para a agricultura, que fatura US$ 15 bilhões por ano.

Em entrevista à Revista Época dessa semana, o executivo sustenta que os agroquímicos são fundamentais para garantir a produção de alimentos suficientes para toda a humanidade. Porém defende que se invista em boas práticas agrícolas para tornar o uso de defensivos sustentável ao homem e ao meio-ambiente.

“A humanidade tem de fazer escolhas. Se a população vai crescer, temos de decidir se queremos cultivar mais 1 bilhão de hectares e se queremos produzir nessa área de forma cada vez mais intensiva ou se preferimos cultivar áreas cada vez maiores a fim de aumentar a produção. Se expandirmos a área cultivada, colocaremos pressão sobre a biodiversidade. Eu argumentaria que temos de fixar a área a cultivar e produzir cada vez mais comida nessa mesma extensão de terra. Mas isso aumenta a intensidade biológica dessa área: nela crescerão mais plantas e haverá também mais pragas. Não é estranho imaginar que o aumento da quantidade de agroquímicos está associado ao aumento de produtividade na mesma terra. Mas acho que não devemos aceitar essa relação”, explica Mack.

“Há agroquímicos para prevenir pragas e outros para combater pragas que já se instalaram. É como na medicina humana. Agir para curar um problema que já se instalou tende a ser mais caro. É melhor prevenir – mas o agricultor tem de saber fazer isso muito bem, para não usar agroquímicos em excesso. Há conhecimento disponível para que o agricultor aplique a quantidade exata e mínima para prevenir as pragas”, defende ele.

O presidente da Syngenta aponta que “enfrentar a insegurança alimentar no mundo não é só questão de produzir mais comida, mais grãos, e sim de como e onde o grão é produzido e que tipo de renda o produtor consegue com esse trabalho”. Temos uma estratégia chamada 'Good Growth Plan'. A ideia é observar boas práticas agrícolas – não necessariamente inventadas por nós – e que muito mais gente deveria usar”.

“Podemos ajudar os produtores a fazer a rotação entre as culturas. [...] Outro exemplo, um dos maiores, é o plantio direto. A técnica ajuda a reduzir a quantidade de água usada no plantio, mantém a umidade do solo e promove a biodiversidade, ao manter o solo coberto. É um exemplo de como uma prática agrícola muito básica, ainda não tão usada hoje quanto deveria, pode combater o excesso de consumo de água, a perda de solo e a erosão”.

Ele lembra que as “pragas evoluem e lutam contra qualquer coisa que estiver em seu caminho. Diante de cada nova tecnologia, é questão de tempo para que pragas se tornem resistentes. Os produtos que estamos pesquisando se destinam a superar a resistência que as pragas têm diante dos produtos atuais. Em muitas partes do mundo, principalmente nos países em desenvolvimento, os agricultores costumam usar produtos muito ultrapassados, agressivos contra o solo e a água, que podem afetar seres vivos que não são seu alvo original”.

“Os agroquímicos novos em pesquisa e desenvolvimento são muito mais seletivos que os anteriores. Além disso, há as sementes. Milho, soja, canola e algodão, hoje, já embutem muita tecnologia. Arroz, trigo e sorgo ainda não, mas isso acontecerá. Nossa compreensão dos genomas dessas plantas, agora, permite-nos afetar a interação delas com insetos, doenças, ervas daninhas, calor e seca. Nos próximos dez anos, produziremos sementes muito mais robustas e com comportamento mais previsível para o agricultor”, conclui.

Agrolink

Acessado 525 vezes

Soluções em Web!