Entenda os principais fatores que motivaram, ao mesmo tempo, uma disparada do preços no Brasil e o expressivo recuo na CBOT
Somente na sessão desta quinta-feira, 18 de maio, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago despencaram mais de 2%, ou, encerraram o dia perdendo entre 23 e 31 pontos entre as posições mais negociadas. O contrato julho/17 fechou abaixo dos US$ 9,50, cotado a US$ 9,44. O novembro/17 seguiu o mesmo caminho e também encerrou suas atividades em US$ 9,44.
A reação das cotações da oleaginosa no mercado futuro norte-americano, uma das mais intensas das últimas sessões, foi um claro reflexo de uma disparada do dólar frente a uma série de moedas nesta quinta, mas especialmente a brasileira após a bomba política que estourou em Brasília com delações de empresários da JBS envolvendo o presidente Michel Temer.
"Se alguém tinha alguma dúvida da importância do agronegócio brasileiro na formação do preço internacional, hoje tivemos uma prova cabal de que somos players fortes mesmo. Um fenômeno puramente local, que é a depreciação da nossa moeda, teve uma implicação muito forte nos preços lá fora", constata Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.