Após as recentes valorizações, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram o pregão desta quinta-feira (28) em campo negativo. As principais posições do cereal recuaram entre 0,80% e 3,07%. Ainda assim, as cotações permanecem bem acima do patamar dos R$ 40,00 a saca. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 47,30 a saca, enquanto o março/17 era negociado a R$ 45,35 a saca.
De acordo com o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, o recuo é decorrente das vendas pontuais que têm sido realizadas. "Com o andamento da colheita da segunda safra temo alguma produção entrando nesse mercado. Porém, sabemos que a a safrinha terá vida curta, pois a quebra foi grande", pondera o especialista.
A perspectiva é que a safrinha registre uma quebra de mais de 20% nesta temporada, conforme as projeções das consultorias. Já as estimativas oficiais apontam para uma safra próxima de 43 milhões de toneladas no ciclo 2015/16. Isso porque, nas principais regiões produtoras as lavouras foram afetadas pelo clima adverso.
Em um dos principais estados produtores do cereal na segunda safra, o Paraná, a quebra pode superar os 15% nesta temporada. No estado de Goiás, o cenário é semelhante, entretanto, os prejuízos podem ficar acima dos 40% nesta safra. A perspectiva inicial era de uma safra perto de 8 milhões de toneladas, mas a safra deverá somar 4,9 milhões de toneladas, segundo projeções da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás).
"Ainda hoje, temos que considerar o recuo nos preços na Bolsa de Chicago e também a influência do dólar na composição dos preços. Ainda assim, dado o quadro de profunda escassez de oferta, acreditamos que os preços ainda deverão se manter firmes", pondera Galvão.
Enquanto isso, no mercado interno, o dia foi de estabilidade em grande parte das praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 permaneceu inalterada em R$ 33,00. Em Assis (SP), o preço caiu 6,97%, com a saca a R$ 39,08. Na região de Sorriso (MT), a saca finalizou o dia a R$ 32,00, com perda de 5,88%.
Em São Gabriel do Oeste (MS), a queda foi menor, de 1,32%, com a saca do cereal a R$ 37,50. Na contramão desse cenário, em Avaré (SP), a alta foi de 4,64%, com a saca do cereal a R$ 43,96, já em Cascavel (PR), a cotação avançou para R$ 38,00, com ganho de 1,33%.
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