Divulgado na sextafeira, o último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para oferta e demanda de grãos no país e no mundo traçou um cenário um pouco menos confortável para milho e soja nesta safra 2015/16, mas ratificou uma relação mais tranquila no mercado de trigo. No milho, o órgão reduziu a estimativa para a produção global para 978,1 milhões de toneladas (2,9% menos que em 2014/15) e, apesar de um ajuste para baixo também na demanda, o corte resultou em estoques finais de 189,69 milhões de toneladas, 5,4 milhões a menos que o previsto no relatório de agosto.
Assim, os estoques finais passaram a representar 19,2% da demanda total, ante os 19,7% previstos no mês passado e os 20% de 2014/15. A produção será mais uma vez liderada pelos EUA (345,07 milhões de toneladas), e o USDA manteve sua estimativa para a colheita brasileira em 79 milhões de toneladas. Na bolsa de Chicago, os preços subiram. Os contratos de milho para dezembro encerraram a sessão de sextafeira a US$ 3,87 por bushel, em alta de 12,75 centavos de dólar. O trigo pegou carona nessa valorização e também subiu dezembro fechou a US$ 4,85 por bushel, 7 centavos a mais que na véspera , apesar de as correções feitas pelo USDA serem, pelo menos em tese, "baixistas". O órgão elevou sua projeção para a produção global do cereal em 2015/16 para 731,61 milhões de toneladas, 0,9% mais que em 2014/15, e a alta levou a uma projeção de estoques finais de 226,56 milhões de toneladas, 5,09 milhões a mais que o estimado em agosto e volume 7,2% superior ao do ciclo anterior.
Nesse caso, os estoques finais globais na safra 2015/16 passaram a representar 31,6% da demanda, ante os 31% estimados em agosto e os 29,9% de 2014/15. O órgão calculou as importações brasileiras no novo ciclo em 7 milhões de toneladas. Na soja, o USDA reduziu a previsão para a produção global em 2015/16 e passou a trabalhar com 319,61 milhões de toneladas, mesmo patamar de 2014/15. Mas, como a estimativa para os estoques iniciais caiu, a dos estoques finais foi cortada, para 84,98 milhões de toneladas ainda 7,9% mais que em 2014/15. Em Chicago, novembro subiu 0,25 centavo, a US$ 8,7425 por bushel. O USDA projeta a colheita brasileira da oleaginosa em 97 milhões de toneladas em 2015/16, ante 94,5 milhões em 2014/15. Mas esses números tendem a ser ajustados para cima. Também na sextafeira, a Conab estimou a colheita em 2014/15 em 96,2 milhões de toneladas a colheita total de grãos deverá somar quase 210 milhões , e a expectativa no Brasil é de avanço em 2015/16
Valor Econômico
