Dólar recorde e demanda aquecida manteve oleaginosa competitiva, mesmo com quedas nos EUA
Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a sexta-feira (21.02) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação baixando 0,29%, para R$ 88,80/saca (contra R$ 89,06/saca do dia anterior). O acumulado mensal nos portos desceu para 4,07% (contra 4,37% do dia anterior).
“Um sinal de maturidade dos agricultores brasileiros foi a venda de mais de 1,0 milhão de toneladas nesta semana, aproveitando os novos recordes da cotação da moeda norte-americana no país. Com preços médios ao redor de R$ 82,00, o lucro médio para o agricultor estaria em 18,84% (há locais em que é maior, outros menores)”, aponta a T&F Consultoria Agroeconômica.
Os analistas da T&F afirma que, apesar de o Dólar ter fechado quase estável no dia, teve alta de 2,14% na semana, estabelecendo novo recorde. Isso manteve a soja brasileira bem competitiva, apesar das quedas em Chicago, mas amparada pela compra de pelo menos 19 cargos (1,14 milhão de toneladas) no mercado de Origem no Brasil, absorvendo integralmente as vendas dos agricultores. O fator negativo foi que a relação soja/farelo e óleo apresentou queda de 4,90% na semana, influenciada pela desvalorização do óleo.
A Consultoria ARC Mercosul, por outro lado, aponta que a colheita brasileira da soja segue com ritmo mediano, alcançando os 34,2% na última sexta-feira, contra 46,3% no mesmo período em 2019. “Vale lembrar que com um ritmo de vendas de exportações acelerado, precisaremos aquecer o volume de soja disponível entrando no mercado para manter a fila de embarques”, ressaltam os analistas de mercado da ARC Mercosul.
Imagem créditos: DivulgaçãoPor: AGROLINK -Leonardo Gottems
Publicado em 24/02/2020 às 06:04h.